30 de jul. de 2013
23 de jul. de 2013
O novo risco na festa na laje
Luiz Carlos De Martini
Os médicos que
trabalham em emergências nos hospitais identificaram um novo risco nas grandes
cidades brasileiras e que ocorre, principalmente, em domingo com sol: a queda de
adultos e crianças das lajes das casas.
As lajes se
tornaram palcos populares de festas regadas a churrasco, feijoada, cerveja e
caipirinha, com crianças brincando sem a devida atenção dos pais, que estão
bebendo desde cedo. Este é o cenário completo para surgir este novo risco
emergente capaz de causar danos à saúde da pessoa
pelo aumento da probabilidade de exposição ao perigo.
No Rio de
Janeiro, depois da instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), caiu
bastante o atendimento de pessoas baleadas nas emergências dos hospitais
públicos. Agora, a maioria dos acidentes em dia de sol é por queda da laje [1].
Segundo o Dr. Alexandre
Fogaça, médico ortopedista do Hospital das Clínicas da FMUSP, a média de
permanência no hospital de um acidentado por queda com lesão medular é de três
meses e no mínimo um ano para se reabilitar. “Todos que dão entrada com lesão
medular e são operados perdem, no mínimo, a mobilidade da coluna na área da
cirurgia e a grande maioria evolui com alguma sequela neurológica, limitando a
força dos braços e pernas e o controle de micção e evacuação” [2].
O disparate
acontece quando o mesmo trabalhador que festeja perigosamente na laje com sua
família no fim de semana, nos dias de trabalho segue religiosamente a Norma
Regulamentadora NR 35, que estabelece os requisitos mínimos e as medidas de
proteção para o trabalho em altura executado acima de 2,00 m (dois metros) do
nível inferior, onde haja risco de queda.
Para o Dr. Fogaça,
existe uma ação simples e fácil de adotar para
prevenir o acidente por queda da laje: é a criação de campanhas de prevenção
para orientar a população a não subir nas lajes [2].
Referências:
1. VENTURA,
Mauro. Entrevista Dois cafés e a conta com Ivan Sant’ana. Revista O Globo, 26/08/2012, p. 6.
2. PRADO FILHO,
Hayrton R. A gestão da segurança e saúde no trabalho é fundamental para
diminuir os acidentes ocupacionais no Brasil. Banas Qualidade, abril, 2012, p.22-28.
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