23 de jul. de 2013

O novo risco na festa na laje

Luiz Carlos De Martini

Os médicos que trabalham em emergências nos hospitais identificaram um novo risco nas grandes cidades brasileiras e que ocorre, principalmente, em domingo com sol: a queda de adultos e crianças das lajes das casas.

As lajes se tornaram palcos populares de festas regadas a churrasco, feijoada, cerveja e caipirinha, com crianças brincando sem a devida atenção dos pais, que estão bebendo desde cedo. Este é o cenário completo para surgir este novo risco emergente capaz de causar danos à saúde da pessoa pelo aumento da probabilidade de exposição ao perigo.

No Rio de Janeiro, depois da instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), caiu bastante o atendimento de pessoas baleadas nas emergências dos hospitais públicos. Agora, a maioria dos acidentes em dia de sol é por queda da laje [1].

Segundo o Dr. Alexandre Fogaça, médico ortopedista do Hospital das Clínicas da FMUSP, a média de permanência no hospital de um acidentado por queda com lesão medular é de três meses e no mínimo um ano para se reabilitar. “Todos que dão entrada com lesão medular e são operados perdem, no mínimo, a mobilidade da coluna na área da cirurgia e a grande maioria evolui com alguma sequela neurológica, limitando a força dos braços e pernas e o controle de micção e evacuação” [2].

O disparate acontece quando o mesmo trabalhador que festeja perigosamente na laje com sua família no fim de semana, nos dias de trabalho segue religiosamente a Norma Regulamentadora NR 35, que estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura executado acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.

Para o Dr. Fogaça, existe uma ação simples e fácil de adotar para prevenir o acidente por queda da laje: é a criação de campanhas de prevenção para orientar a população a não subir nas lajes [2].

Referências:
1. VENTURA, Mauro. Entrevista Dois cafés e a conta com Ivan Sant’ana. Revista O Globo, 26/08/2012, p. 6.

2. PRADO FILHO, Hayrton R. A gestão da segurança e saúde no trabalho é fundamental para diminuir os acidentes ocupacionais no Brasil. Banas Qualidade, abril, 2012, p.22-28.

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